Mostra OLHO

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A monumentalidade do Cineteatro São Luiz recebe pela primeira vez a Mostra OLHO, que chega à terceira edição com uma proposta curatorial que desloca 16 obras de arte em vídeo para a sala de cinema, propondo uma experiência imersiva com trabalhos de artistas de vários países.

A Mostra OLHO integra a programação artística do III Encontro Internacional de Imagem Contemporânea, que acontece em Fortaleza nos dias 26, 27 e 28 de fevereiro e 1º de março. A curadoria é de Alessandra Bergamaschi (graduada em Comunicação pela Universitá di Bolonha e doutoranda em História da Arte pela PUC-Rio) e Vanina Saracino (MFA em Estética e Teoria da Arte Contemporânea na Universidade Autônoma de Barcelona, UAB e curadora do canal de arte IkonoTV, Berlim, Alemanha).

O projeto de exibição explora as relações existentes entre a produção contemporânea de obras de arte em vídeo e o cinema. A questão que se coloca é como a arquitetura de um espaço imersivo pode contextualizar, influenciar e até mesmo redefinir a experiência do espectador com uma obra de arte, especialmente no que se refere a percepção de obras baseadas no tempo.

OLHO reúne, em sequências cuidadosamente pensadas, obras de arte em vídeo que repensam a linguagem do cinema para que sejam exibidas em suas telas e em outros contextos específicos. A mostra já percorreu espaços como a Cinemateca do MAM, RJ; Cinemateca Brasileira, SP; Teatrino de Palazzo Grassi, Veneza e Cine-104, Belo Horizonte.

III Mostra OLHO - Tentacular

A terceira edição Da Mostra OLHO explora o pensamento, a percepção e o conhecimento de forma tentacular através de uma seleção de obras em vídeo que pertencem ao campo cada vez mais entrelaçado do filme experimental, da vídeo-arte e do cinema expandido.

Tentacular no sentido de propor indagações acerca da influência mútua entre as formas humanas e para além do humano, refletindo sobre os resultados multifacetados que esse encontro pode gerar em resposta à atual crise ambiental e sociopolítica. Com suas raízes nas reflexões pós-antropocêntricas de Donna Haraway, o pensamento tentacular é levantado em oposição ao nosso sistema de percepção e compreensão binário, binocular, regido de duas pernas e dois braços.

Figurativamente inspirado em seres e tecnologias dotados de articulações múltiplas, representa um esforço para alcançar um certo grau de equidade entre as espécies que habitam a Terra. Tentaculares são o polvo e a aranha, mas também o modo de propagação das plantas e de redes inorgânicas como a Internet, sistemas que se organizam de maneira não linear (da etimologia latina: tentare = tentar; -culum = instrumento).

Nessa terceira edição da Mostra, o recorte proposto visa pesquisar, invadir, copiar e inspirar-se nas formas em que os animais não humanos, as plantas e as tecnologias de rede pensam e sentem, considerando a perspectiva de outros seres e sistemas como uma dádiva para a expansão da percepção e as possibilidades de conhecimento do ser humano.

Artistas

Agnieszka Polska, Cao Guimarães, Carlos Motta, Clément Cogitore, Gabriel Mascaro, Jonathas de Andrade, Júlio Cavani, Luiz Roque, Marc Johnson, Mika Taanila, Naimé Perrette The Otolith Group, Regina Parra, Rivane Neuenschwander, Sebastian Díaz Morales, Tanya Busse, Tuomas A. Laitinen e Yuri Firmeza.